Frei Maria-Eugênio do Menino Jesus foi alguém que marcou seus contemporâneos.
Eis alguns testemunhos sobre este homem de Deus:
“Quando estava com o Frei Maria-Eugênio encontrava-me com alguém que levava Deus a sério, uma alma que tornou-se uma “sarça ardente “. Pe Vercoustre, op
“Querido Frei Maria-Eugênio, Obrigado por sua presença em 1940: Tenente simples, silencioso, discreto, sorridente, radiante sem aura (…). Obrigado por ter estado no meu caminho de seminarista para encorajar-me, colocar-me em oração.” Um padre
“Ele tinha um olhar para o mundo, católico, no sentido pleno do termo. “
Pe Albert, ocd
“Eu tinha entre 11 e 13 anos. (…) Quando o seu olhar encontrou o meu, fiquei impressionado pela luz e a força que dele irradiava. Eu pensava: Este homem! É preciso seguí-lo ou virar-lhe as costas. Eu descobri que a esta força, estava ligada uma doçura profunda, uma bondade que combinava com uma grande humildade. “ MJ Branco
“A oração unificava a sua vida. “ Pe Valentino, carmelita em Roma com o Frei Maria-Eugênio
“O Frei Maria-Eugênio era inteiramente dedicado a nós” Funcionário do Instituto Nossa Senhora da Vida
VER A DEUS
O beato Frei Maria-Eugênio do Menino Jesus (1894-1967), natural de Gua, no sul da França, carmelita descalço, entrou-me ao coração em dezembro do ano passado. Recebi, do Carmelo São José, seu livro: “Ao Sopro do Espírito – oração e ação” , Editora Paulus. Fundador do Instituto “Notre-Dame de Vie”, constituído por sacerdotes e leigos, que consagram a vida segundo os preceitos evangélicos e, no mundo, se fazem presença transformadora para modelá-lo, aperfeiçoá-lo e santificá-lo.
Ao lê-lo, falou-me à alma e, conforme ele escreve, a partir de reflexões de São João da Cruz: “Deus é a saúde da alma”. Aliás, seu pensamento está intimamente ligado aos Santos do Carmelo, além de São João da Cruz: Teresa D’Ávila e Teresinha do Menino Jesus.
Ao celebrar os 500 anos do nascimento de Santa Teresa D’Ávila, a Editora Vozes e o Instituto “Notre-Dame de Vie”, com a colaboração do Carmelo de Cotia e a coordenação do Padre Dr. Jean-Marie Laurier lançaram, em português do Brasil, neste mês, a obra-prima de Frei Maria- Eugênio: “Quero ver a Deus”. Excelente livro para quem busca se aprofundar no encontro com o Senhor.
Os anseios da alma não mudam, contudo a sociedade em que vivemos procura mascará-los ou emudecê-los através do consumismo, do barulho, do imediatismo, do culto ao prazer, dos vícios… Frei Maria-Eugênio, em processo avançado de beatificação, responde sobre o sentido da existência à humanidade ferida pelo materialismo, à humanidade faminta de Deus, mesmo que não saiba traduzir o que grita por Socorro dentro dela. E alerta que o Reino de Deus é um fermento, porém a maldade também. Vem em ajuda aos olhos desérticos, para oferecer as águas onde Deus paira. Frei Maria-Eugênio me fortalece na convicção de que a verdadeira caridade do apostolado não é somente social, mas sim a que une a Deus, que sobrenaturaliza, vendo no próximo um prolongamento do divino. Tem me ajudado muito na oração do silêncio que leva ao contato com Deus vivo, com o Deus que reage e age.
Apresenta o Pai, Deus Amor, cujo movimento Moisés captou no braseiro. Deus fonte de luz, de misericórdia. Cristo como “mata-borrão” que tira as nossas manchas. O homem como o ser querido pelo Criador. A fé que não consiste em sentir, mas sim em aderir a Deus.
A vivência do pensamento do Frei Maria-Eugênio é caminho para se contemplar o Céu.
Maria Cristina Castilho de Andrade
É professora e cronista